A história de Gabriel Pimenta

Atuou no município de Conceição do Araguaia em colaboração com a Comissão Pastoral da Terra – CPT e depois decidiu se transferir para Marabá no Pará em 1981. Foi um advogado ativista, que atuava em favor de posseiros de terras e comunidades de baixa renda.

Em Marabá atuou na defesa dos posseiros e auxiliou na fundação de diversos sindicatos, entre eles o dos empregados na construção civil, motoristas de táxi e arrumadores de carga no porto.

Orientou a fundação de diversas entidades sindicais, populares e de bairros. Fundou o PMDB de Marabá e atuou como autêntico organizador da mobilização popular contra a exploração pelos grileiros e magnatas a soldo do capital estrangeiro na região.

No final de 1981, cerca de cento e vinte famílias de posseiros procuraram Gabriel para defende-los em ações de reintegração de posse propostas pelos grileiros. No caso da ocupação do Pau Seco, o grileiro “Nelito” ajuizou ação de reintegração de posse no Fórum de Marabá e a juíza Gurjão concedeu liminar de reintegração em seu favor.

Os posseiros constituíram Gabriel Pimenta seu advogado, mediante dezenas de procurações, e este impetrou mandado de segurança contra a decisão da juíza de Marabá no Tribunal de Belém do Pará.

O mandado de segurança teve o pedido de liminar suspensiva da reintegração de posse deferida, permitindo que os posseiros retornassem ao Pau Seco O julgamento do mérito do mandado de segurança foi de procedência na sessão de julgamento do dia 05/08/1982 e as famílias permanecem na posse até hoje!

Gabriel passou a ser ameaçado de morte por Nelito. Em 18 de julho de 1982 Gabriel Pimenta foi assassinado a mando do latifundiário. O assassinato de Gabriel Pimenta teve repercussão nacional e internacional, alcançando a imprensa escrita e televisada de todo o país e teve resposta imediata de todo o movimento popular e dos direitos humanos no Brasil e exterior.

Anos depois de sua morte, a história e o exemplo de Gabriel Pimenta seguem impulsionando a dura luta dos camponeses pobres no sul do Pará. Seu nome é a referência maior, no Brasil, do Núcleo de Advogados do Povo (NAP), da Associação Brasileira dos Advogados do Povo – Gabriel Pimenta (ABRAPO) e de diversas entidades civis, sindicais e estudantis em todo o país, que o tem como norte, moral e profissional, na defesa atual dos direitos do povo.